Hoje, dia 08/03, celebramos o Dia Internacional da Mulher - uma data extremamente importante para a luta feminina por respeito e igualdade e que foi oficializada pela ONU em 1975. Ou seja, não é um dia voltado à homenagens triviais às mulheres, por sermos “fortes, delicadas, pacientes, mães e esposas maravilhosas” (características que mais vemos nos cartões que comemoram - erroneamente - o dia de hoje).
O Dia Internacional da Mulher é uma data para refletirmos sobre nossos direitos, sobre como somos tratadas pela sociedade, sobre os espaços que ainda precisamos lutar para conquistar, sobre respeito.
Mas nesse artigo não vou falar sobre a origem dessa data. Hoje, quero conversar sobre sororidade - a aliança entre mulheres, com empatia e compaixão, para que alcancemos objetivos em comum.
Historicamente, todos os nossos direitos foram conquistados por mulheres que se uniram por um ideal em comum, apesar das diferenças que possuíam entre elas. Foi assim na Revolução Francesa, no Movimento Sufragista, no protesto Russo “Pão e Paz” e em diversas outras ocasiões.
Por isso, ao invés de falar sobre nossas lutas externas, hoje convido você a olhar para dentro e para a sua convivência com outras mulheres.
A conquista pelos nossos direitos acontecerá em um ritmo extremamente lento enquanto não aprendermos a enxergarmos umas as outras como irmãs - sem julgamentos ou pré-conceitos.
Precisamos refletir sobre como nos relacionamos com outras mulheres, sejam elas próximas ou não. Mais do que isso: precisamos entender como nos relacionamos com nós mesmas, enquanto mulheres.
Quais preconceitos você ainda carrega? Quais sentimentos passam por você quando está em contato com mulheres que possuem valores, culturas e vivências diferentes das suas?
Como podemos exigir mudanças lá fora se não estivermos dispostas à refletir e mudar nossas próprias atitudes e jeitos de pensar?
Durante muito tempo, fomos ensinadas a sermos rivais. A não confiarmos umas nas outras, a competirmos em tudo. Aprendemos a criticar, julgar e inferiorizar o jeito de ser de outras mulheres. Você já deve ter escutado frases do tipo “mulher se arruma para ser mais bonita que outras mulheres”, “prefiro amigos homens porque mulheres são falsas”. São falas reproduzidas há gerações que reforçam o pensamento de que não podemos confiar em outras mulheres. E, por isso, acabamos aprendendo a andarmos sozinhas, sem ter com quem dividirmos nossas dores, nossos medos, nossos receios. Sem poder contar com o apoio de outras mulheres que passam por coisas semelhantes às que nós passamos.
Muitas coisas mudaram nos últimos anos (ainda bem), mas ainda temos muito o que evoluir nesse aspecto. Precisamos, urgentemente, parar de enxergarmos outras mulheres como rivais e aprendermos a nos escutar mais, a acolher nossas diferenças e estarmos dispostas a dar apoio àquelas que precisam.
Por isso, deixo aqui algumas perguntas para você refletir:
Como você se relaciona com as mulheres ao seu redor?
Como você se sente quando está rodeada por outras mulheres?
O que você faz para apoiar, acolher e cuidar de outras mulheres?
Para quais mulheres você pede ajuda quando precisa?
Nesse Dia Internacional da Mulher, se aproxime de outras mulheres.
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