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Janaína Marin

O que implica criar as suas próprias regras no empreender autêntico



Eu falo muito sobre "criar suas próprias regras" dentro do Brota pra Fora e dos conteúdos que eu apresento. Não é um termo muito difícil de entender: criar as suas próprias regras significa decidir para onde você vai e de que forma vai fazer isso, decidir de que maneira você quer viver a sua vida e como você deseja construir, gerenciar e apresentar o seu serviço.


É dar um passo para a construção de uma vida da qual você realmente se orgulha.

Pelo menos, na teoria. Na prática, viver sob suas próprias regras implica em uma série de coisas que podem causar ansiedade, confusão, insegurança. Coisas que podem fazer você paralisar e, no fim, voltar à viver no modo automático, seguindo um caminho já imposto, mas que é ligeiramente mais confortável.


Ser autêntica, na vida e nos negócios, implica em criar as próprias regras. Claro, dentro do aceitável - não é sair por aí fazendo absolutamente tudo o que você quer, do jeito que você quer. Não dá pra sair quebrando as leis, por exemplo.


Um negócio autêntico e autoral é aquele em que você decide criar um serviço que esteja alinhado com quem você é, com os seus valores, com a sua visão de mundo, com o impacto que você quer causar na vida das pessoas. É aquele que vai ajudar você a levar a vida que você quer levar. Pra que isso aconteça e para que a empresa seja verdadeiramente autêntica, é preciso que você se liberte de uma série de amarras e padrões, modos de agir e pensar já impostos (que você foi aprendendo e internalizando ao longo da sua vida, com as experiências que teve) e aprenda a pensar por conta própria, entender o que cabe ou não no seu negócio.


Para criar as suas próprias regras e desenvolver um negócio autêntico, é preciso muito trabalho interno - principalmente. Não vai ser confortável, especialmente no começo, mas é algo com o qual você se acostuma. Você aprende a bancar suas decisões e as consequências que elas trouxerem. Porque, no fim das contas, uma vez que você aprende a viver sob suas regras, você não vai querer voltar pro automático - mesmo que seja menos dolorido e que seja ligeiramente mais confortável.



O desenvolvimento interno - brotando para dentro de si

Ao começar a desenvolver o seu serviço, você provavelmente vai estudar sobre empreendedorismo, comunicação, criação de conteúdo, gestão, finanças (etc). E vai acabar se deparando com diversos "gurus", que oferecerão fórmulas e caminhos prontos, com garantia de resultados absurdos à curto prazo.


Já vou adiantar pra você: é muito provável que você não tenha os resultados prometidos. Principalmente porque a fórmula pode ter funcionado pra esse tal guru, dentro do contexto dele e do negócio que ele criou. Mas não necessariamente vai funcionar ou fazer sentido pra você.


Tudo bem usar essas fórmulas pra você começar e ir se habituando com o contexto empreendedor. Mas criar as suas próprias regras significa entender quais formas de cuidar do seu negócio (entregar o seu serviço, atender seus clientes, comunicar, vender, gerenciar e afins) realmente funciona pra você e está alinhada aos seus valores. Você vai precisar testar caminhos, ferramentas, soluções.


Testar implica, sempre, em se permitir errar. Você não vai saber se faz sentido pra você ou não se não experimentar. Por isso, para criar um negócio autêntico, você precisa aprender a desenvolver autocompaixão e se perdoar quando falhar, ao invés de ficar se cobrando absurdamente. Mesmo quando a cag*da for enorme.


Também é preciso desenvolver resiliência e paciência. Você vai demorar para ter os resultados que deseja - faz parte da vida empreendedora, tenha isso em mente. Você vai duvidar de si mesma, questionar suas decisões, vai ter medo de estar no caminho errado. Você vai precisar se adaptar às constantes mudanças (suas, do seu contexto, do mercado). Isso cansa, e muito. Saber se levantar e se manter motivada faz toda a diferença (mas tudo bem se permitir ficar um pouco caída também, quando sentir que precisar).


E já que o assunto é criar um negócio que funcione para você, vamos falar também sobre entender e respeitar o seu próprio ritmo e o seu jeito de funcionar (sempre, dentro do possível). Com o tempo, vá percebendo em quais horários você funciona melhor, quais dias da semana é tem mais energia, qual forma de trabalhar te deixa mais produtiva e confortável. E, também, aprenda a perceber em quais momentos você precisa simplesmente parar de trabalhar e descansar.



Faça da sua intuição a sua companheira de jornada

Criar um negócio autêntico é saber buscar as respostas que você precisa mais dentro de si (mas não exclusivamente) do que fora. Pesquisar sobre o assunto é importante, saiba encontrar pessoas que possam ajudar você. Mas, acima de tudo, confie naquilo que você sabe que quer, que você sabe que precisa fazer.


Esteja em contato com as suas emoções, se permita sentir o que quer que você esteja sentindo. Emoções são mensageiras internas importantes - entenda o que elas estão querendo que você perceba.



Assuma a responsabilidade por si mesma, pelo seu negócio e pelo seu próprio caminho.


Autoresponsabilidade é a palavra que resume praticamente tudo o que já escrevi até agora. Você é a única pessoa responsável por se conhecer, se desenvolver, se fortalecer, dar conta de si mesma e do seu negócio.


Ser responsável por si mesma é estar presente, estar inteira nos seus desejos e nas suas criações. Sem responsabilidade,

nada sai do papel. Sem responsabilidade, sua ambição é vazia. Sem responsabilidade você não vai conseguir ter a disciplina necessária para fazer o que precisa ser feito, mesmo nos dias mais difíceis, em que o desânimo estiver forte ou naqueles dias em que tudo o que você quer é ficar no sofá maratonando alguma série na Netflix.


Quando falo sobre criar as próprias regras, falo sobre assumir a sua própria autonomia e liberdade de escolha sobre a própria vida e o próprio caminho. Falo sobre encarar de frente não só as coisas que você quer, mas também (e principalmente) as que você NÃO quer. Porque está tudo bem não querer.


Assumir essa liberdade nem sempre é confortável. O seu entorno vai estranhar, algumas pessoas vão questionar, julgar, querer que você volte pro caminho anterior. Desligue essas vozes: elas não vivem a sua vida, não pagam as suas contas, não lidam com os seus desafios. Aprenda a dizer não. Aprenda a não se importar com o que essas pessoas dizem.


É como diz o Emicida: você é a única representante dos seus sonhos na face da Terra. Se isso não fizer você correr, eu não sei o que vai.


Então, saiba que você é, SIM, merecedora dos seus sonhos e do caminho que você deseja seguir. Mas saiba, também, que é a única responsável por eles. Ninguém vai dar vida à eles por você



Começando a criar suas regras

Talvez esse texto tenha feito você se sentir um tanto sobrecarregada. Se sim, me desculpe por isso. Saiba que todas essas coisas são feitas aos poucos. O desenvolvimento interno é feito diariamente, um passo de cada vez.


Então, se for pra escolher uma única coisa para desenvolver (se é que você ainda não desenvolveu), é a autocompaixão. Ela vai facilitar muito o seu processo. Porque meu amor, você vai cair, vai errar e vai errar feio. É natural da vida - e na vida empreendedora não é nada diferente.


Comece quebrando pequenas regras. Seja um pouco mais flexível com os seus horários, por exemplo. Faça algo novo e inusitado, teste. Para criar as suas próprias regras, primeiro você precisa reconhecer as que já estão impostas no seu contexto. Com o tempo, você vai sentir o que cabe ou não dentro da sua vida e, com isso, vai criando o seu próprio caminho.


Para concluir, um incentivo: quando você prioriza aquilo que você quer criar, inconscientemente está mostrando à outras pessoas ao seu redor que elas podem fazer o mesmo. Sem querer, você autoriza outras mulheres à fazerem o mesmo.


E não existe nada mais potente do que mulheres que vivem de acordo com as próprias regras.

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